Thursday, August 02, 2007

Suportei o peso de todos os dias anteriores a este,
como boa fiel que nunca fui e já não sou.
Em teu silêncio, gênese de minha fé,
imaginei que criavas à inspiração divina,
a declaração parnasiana que enfim me faria amada.

E me darias um altar ao extremo barroco,
ornamentado por palavras deliciosamente extravagantes,
que eu pudesse para sempre adorar.

Mas, me vem você
com um minimalista e pagão,
Euteamo.
E sabe mais,
eu adorei.

Sunday, July 22, 2007

Das outras pequenas coisas

Carinho é um amor
que não pode ser dito.

Sentimento abafado
sob três sílabas.

Sunday, April 15, 2007

Basta, vê se não me amola.
Nem foste já estás de volta.
Cansei de, em vão, declarar-me a ti,
com modinhas e rodas de viola.
Não permitirei que tolas rimas entrem
nem mais uma vez por essa porta.
Só o que quero é uma gaita agora
e um blues sujo pra te maldizer.

Bilhete de Abandono

Ah, esse amor, não te quero mais.
Deixa livre o verso meu
ou o que dele resta ainda,
tinta preta, amarga e fria
a que meus dedos teimam em dar vida.

Monday, December 25, 2006

Visitando Gaudí

Por um segundo serás
fruto do meu desejo
e de todos os olhos
que pousarão sobre os teus.
E no conjunto das coisas
que já amei, és coisa
entre todas as outras.
Hás de apagar.
E nesse segundo serás
Só imagem.
Entre o caos e a arte.
E aí nenhum poder
terão minhas lembranças.
Tu ficarás.
Em fracmentes.
Em fractais.

Saturday, December 16, 2006

Dessa janela

Você surge assim,
de repente um eba,
Chocolate em cascata
amor de mãos dadas,
na praia, cervejinha gelada.
- - - - - - -
Você se vai.
No meu peito um ardor.
Me falta o ar.
me sobra a dor.
- - - - - - -
Todas as cartas de amor são ridículas,
não seriam se não fossem.
Alguém em Pessoa já dizia.